9.10.05

E eu ainda consigo sorrir...

(Um sorriso para a vida)

Hoje eu me senti tão só, nem as imagens da janela do meu quarto me confortam. E tudo vai indo muito bem, o trabalho está cada vez mais sendo consolidado, as perspectivas tornam-se realidade, mas tudo está tão calmo. O silêncio da minha própria voz me denuncia. Estou só.

Um fim de semana que começou bem, na sexta-feira encontro com clientes e acordos muito promissores fechados. A noite um cinema, ir ao cinema sozinho tem se tornado costumeiro para mim. É interessante como em pleno ano de 2005 ainda vemos pessoas olharem com desconfiança um homem sentar-se só para assistir a um filme. Chega a ser algo preconceituoso todos que caminham em sua direção ao perceber-lhe só afastam-se como se fugindo de algum perigo. Será que todos os solitários são maníacos inveterados, tarados ou algo semelhante? Não pode alguém estar simplesmente só.

O programa era para ser divertido, assistir a um filme qualquer, e voltar para casa com a mente vazia. Mas passei todo o tempo a analisar o comportamento das pessoas no cinema. Por fim tirei a gravata e relaxei colocando os pés na poltrona a minha frente. Sentí-me como o menino de antes que matava aula para ir ao cinema. Eram tempos de muita alegria e descontração, tudo era motivo de piada e a turma crescia a cada dia. Hoje o tempo é de silêncio e introspecção.

O sábado foi de arrumação, resolvi mudar tudo, joguei papeis no lixo e mudei a posição dos móveis do meu quarto. Coisa de quem quer ter um resultado imediato quanto à mudança que se desenvolve internamente. No fim da manhã tudo estava arrumado, as roupas devidamente organizadas, e tudo parecia novo. Menos os meus conflitos.

À tarde do sábado foi de futebol, jogo do Náutico, o adversário era o Guarani de Campinas, é sempre bom enfrentar os times de São Paulo, a impressa nacional tende a dar como certa a vitória do eixo sul-sudeste contra os times do nordeste. Nada melhor do que calar a boca destes jornalistas que imaginam que vivem no centro do mundo e que tudo gira em torno deles. Depois da vitória alvirrubra fomos todos comemorar tomando umas e outras.

Enquanto a cerveja era gelada o assunto estava quente. Paternidade, todos relatavam suas experiências de pai, desde a concepção até o nascimento, passando pela educação dos filhos. Fiquei impressionado ao ouvir de um amigo como é ínfima a nossa contribuição à natividade, apenas alguns meros quinze minutos de participação, todo o resto é obra da fêmea. Somos quase dispensáveis nesse processo, uma vez feita a fecundação poderíamos, a exemplo da aranha viúva negra, ser dispensados. O mais curioso era o tom solene em que se chegava a conclusão de que os filhos são sempre das mães. Por fim alguém vaticinou: mãe só tem uma, pai é todo aquele que cria. Muito profunda a frase considerando o estado de lucidez geral. Era a minha deixa, fui pra casa...

No fim de tudo ficou a impressão de que é preciso muita paciência para suportar os dias que virão. Todo o caminho a ser percorrido deverá ser a passos lentos e firmes, passos de bebê, pequenos avanços, grandes obstáculos vencidos. O importante não é o quanto avançar, mas avançar sempre.

Hoje eu ouvi essa música cantada pela Zizi Possi, não sei quem é o autor. A música é linda e a interpretação da Zizi Possi é divina.

Pelo amor de Deus,
não vê que isso é pecado desprezar quem lhe quer bem
não vê Deus até fica zangado vendo alguém abandonado,
pelo amor de Deus.

Ao nosso Senhor
pergunte se Ele produziu nas trevas o esplendor,
se tudo foi criado o macho, a fêmea, o bicho, a flor,
criado pra adorar o criador.
E se o criador inventou a criatura, por favor,
se do barro fez alguém com tanto amor para amar nosso Senhor.

Não! Nosso senhor não há de ter lançado em movimento terra e céu,
estrelas percorrendo o firmamento em carrossel,
pra circular em torno ao Criador.
Ou será que o Deus que criou o nosso desejo é tão cruel,
mostra os vales onde jorram o leite o mel
e esses vales são de Deus.

Pelo amor de Deus,
não vê que isso é pecado desprezar quem lhe quer bem
não vê Deus até fica zangado vendo alguém abandonado,
pelo amor de Deus.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O que aconteceu com o e-mail @smart.net.br??

3:03 PM  
Blogger InfinitLoop said...

;o)

A Bete esteve aqui e deixou
um beijo!

4:45 PM  
Blogger InfinitLoop said...

Faz assim, ó!!!


Respira fundo e dá um grito pro mar...


XÔ DEPRÊ!

4:51 PM  

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