24.6.05

Soneto da Cumplicidade


Como um rio que corre para o mar
Paciente, segue em seu destino,
Esse amor que agora em desatino
Insiste em sonhos compartilhar.

Sonhos às vezes malfadados
Desejos por vezes corrompidos
Amores que surgem comprometidos
Com a sina de tornarem-se passado

Sem nunca no presente terem existido
E por terem esse caminho trilhado
Vejo nas palavras de agravo

E agora estampado em teu rosto
O indisfarçável desconforto
De tua tão clara cumplicidade.

Olinda - 15 de Outubro de 1999