16.12.05

Desencontros!


O que é o amor, ou a paixão se não uma força que nos impulsiona a agir em razão do breve instante de prazer que é o encontro com o ser amado, seja numa conversa, num beijo, no sexo ou simplesmente num pensamento. Tudo é muito confuso, até que em um momento qualquer as coisas se acalmam, é a tal da estabilidade no relacionamento, fica tudo acertado, as regras definidas e o jogo é jogado em muitas etapas, mas existe sempre a certeza de que tudo caminha numa mesma direção.

Então o que há em nós que faz com que existam as crises, as turbulências, as incertezas, por quê querer mais do que é possível ter? Afinal se existem os limites, e nós os conhecemos, qual a razão de criar expectativas que não podem ser cumpridas.

Seria tudo mais fácil se cada um tivesse a exata noção do que quer e do que é possível ter, isto evitaria muitas frustrações, muitas tristezas, muitos conflitos. Desejar o que é viável, possível, nem sempre parece ser suficiente, mas é sempre garantia de poucos aborrecimentos.

No fim existe o ciclo natural de um encontro, pode ser que este encontro se transforme numa relação duradoura, perene, mas para isto é necessário muito investimento, muita dedicação, desprendimento e acima de tudo consciência das limitações existentes.

Os encontros podem ser muito felizes se deles participarem pessoas realmente dispostas à felicidade, e esta às vezes requer algumas perdas, mudanças de rumo, e as mudanças são quase sempre muito traumáticas, então é preferível se contentar com a rotina em que estamos inseridos, mesmo que não haja plena satisfação, do que arriscar a viver uma transformação sem a garantia de que no fim o resultado será satisfatório. Mas afinal o que fazer diante desse impasse, arriscar com o novo ou acomodar-se com aquilo que já temos? Viver é correr riscos!