14.2.06

Distúrbio ou Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (DDA, ADHD, TDAH)

Critérios Diagnósticos em Adultos:

Nota: Considerar que um critério é atendido apenas se o comportamento for muito mais freqüente do que apresentado pela maioria das pessoas da mesma idade mental.

a) Necessariamente haverá um histórico de DDA na infância. (Pode não ter sido formalmente diagnosticado, mas os sinais e sintomas certamente estavam na história.).

b) Situação não explicada por outra condição médica ou psiquiátrica.


Pode-se diagnóticar como um problema crônico com a existência de pelo menos quinze das seguintes características:

1. Sensação de baixo rendimento, de não atingir as próprias metas (independente do quanto a pessoa de fato realize).

Começamos por esse sintoma porque é o motivo mais freqüente que leva um adulto a procurar ajuda. "Simplesmente não consigo me realizar", é o refrão mais comum. A pessoa pode até ser considerada um sucesso por padrões objetivos, ou estar se debatendo, como que perdido em um labirinto, incapaz de fazer uso de seu potencial.

2. Dificuldade em organizar-se.

Um dos maiores problemas para a maior parte dos adultos com DDA. Sem a estrutura da escola, ou os pais por perto para manter as coisas organizadas para ele, o adulto pode titubear perante as demandas da vida cotidiana. As supostas "pequenas coisas" podem amontoar-se, criando enormes obstáculos. Por exemplo, um compromisso não cumprido, um cheque perdido, um prazo esquecido.

3. Adiamento crônico do inicio de tarefas.

A realização de tarefas por adultos com DDA é associada a tanta ansiedade - inclusive pelo receio de não as fazer direito - que eles as empurram para mais tarde, e mais tarde, o que, obviamente, só faz aumentar a ansiedade ligada à tarefa.

4. Muitos projetos tocados simultaneamente; dificuldade em levá-los adiante.

Uma conseqüência do numero 3. Conforme uma tarefa é deixada de lado, outra é assumida. Ao fim do dia, da semana ou do ano, incontáveis projetos são empreendidos, nem todos são concluídos.

5. Tendência a dizer o que vem à mente, sem considerar o momento e a conveniência do comentário.

Como a criança com DDA em sala de aula, o adulto com DDA se deixa levar pelo entusiasmo - a diplomacia e a malícia se rendem a lampejos impulsivos.

6. Busca freqüente por forte estimulação.

O adulto com DDA está sempre à procura de algo novo, envolvente, algo do mundo externo que possa vibrar como o turbilhão em seu íntimo.

7. Intolerância ao tédio.

Corolário do número 6. Na verdade, a pessoa com DDA raramente se sente entediada, pois, no mesmo milissegundo em que detecta a tédio, parte para a ação e encontra algo novo; então muda de canal.

8. Facilidade para distrair-se, problema de concentração, tendência a se desligar ou ficar à deriva no meio de uma página ou diálogo, às vezes acompanhados de uma capacidade de hiperconcentração.

A marca registrada do DDA. O "desligamento" é um tanto involuntário, acontecendo quando a pessoa não está olhando, por assim dizer, e a próxima coisa que se percebe é que ela não está ali. A capacidade muitas vezes extraordinária de hiperconcentração também costuma estar presente, enfatizando o fato de que na verdade essa é uma síndrome não de déficit de atenção, mas de inconstância na atenção.

9. Freqüentemente criativo, intuitivo e muito inteligente. Não é um sintoma, mas uma característica que merece ser mencionada. Os adultos com DDA em geral têm mentes mais criativas do que a média. Em meio à sua desorganização e devaneio, demonstram lampejos de talento. Capturar esse "algo especial" é um dos objetivos do tratamento.

10. Dificuldade em seguir caminhos pré estabelecidos, em proceder de forma "apropriada".

Contrariamente ao que se possa pensar, isso não se deve a algum problema não resolvido com figuras de autoridade; trata-se, antes, de uma manifestação de tédio e frustração: tédio por estar fazendo coisas seguindo uma rotina e excitação por novas abordagens, e frustração por não ser capaz de fazer as coisas da forma como "deveriam" ser feitas.

11. Impaciência. Baixa tolerância a frustração.

Qualquer tipo de frustração remete o adulto com DDA a todos os seus fracassos do passado. "Ah, não!", diz ele. "Aqui vamos nós de novo". Por isso sente raiva ou se recolhe. A impaciência deriva da necessidade de estimulo constante, podendo fazer com que os outros o considerem imaturo ou insaciável.

12. Impulsivo, verbalmente ou nas ações - como gastar dinheiro impulsivamente, mudar de planos, fazer modificações em projetos profissionais, coisas desse tipo.

Este é um dos sintomas mais perigosos em adultos, ou, dependendo do impulso, um dos mais úteis.

13. Tendência a uma preocupação desnecessária e sem fim. Propensão a sondar o horizonte em busca de algo com que se preocupar, ao mesmo tempo em que mostra desatenção ou descaso por perigos palpáveis.

A preocupação passa a ser aquilo em que a atenção se transforma quando não está concentrada em uma tarefa.

14. Sensação de insegurança.

Muitos adultos com DDA sentem uma insegurança crônica, não importando a estabilidade de sua vida.

15. Humor oscilante lábil, sobretudo quando desvinculado de uma pessoa ou projeto. A pessoa com DDA pode ficar de repente de mau humor, depois de bom humor, e novamente mal-humorada - tudo isso num espaço de poucas horas, e sem motivo aparente.

Mais do que as crianças, os adultos com DDA mostram instabilidade de humor. Isso se deve principalmente às suas experiências de frustração e/ou fracasso, mas em parte também à biologia do distúrbio.

16. Inquietude.

Em geral, não se encontra no adulto a hiperatividade marcante que encontramos na criança. Em vez disso, o que se observa é algo que parece "energia nervosa": andar de um lado para o outro, tamborilar com os dedos, mudar de posição quando está sentado, sair a toda hora de uma mesa ou quarto, sentir-se tenso quando em descanso.

17. Tendência a comportamento aditivo, viciado, compulsivo.

Pode ser sexo, álcool, drogas, jogo, compras, comida ou trabalhar demais.

18. Problemas crônicos de auto-estima.

Estes problemas são o resultado direto e lamentável de anos de frustração, fracasso ou malogro das iniciativas. Mesmo a pessoa com DDA que já conquistou o seu espaço em geral se sente anormal. O que impressiona é a capacidade de recuperação da maioria desses adultos, a despeito dos muitos obstáculos.

19. Auto-observação imprecisa.

Pessoas com DDA são auto-observadoras precários. Não fazem uma avaliação aguçada do impacto que exercem sobre os outros. Em geral, consideram-se menos eficientes ou poderosas do que os outros acham.

20. Histórico familiar de DDA, transtorno maníaco-depressivo, depressão, uso abusivo de substâncias, ou outros distúrbios de controle dos impulsos ou do humor.

O DDA parece ser geneticamente transmitido e relacionado às outras condições mencionadas, assim, não é incomum (o que não significa que seja necessário) documentar a história familiar dos mencionados distúrbios.

FONTE: http://www.mentalhelp.com/tdah.htm

11.2.06

Sem loção...

Hoje o dia amanheceu nublado, cinzento, o sol não raiou no horizonte, estava escondido pelas nuvens escuras que pairam sobre o mar. Estou me recuperando de algumas perdas, é natural sentir no corpo os efeitos do que faz o coração. Ando em silêncio, contemplativo, reservado, procurando evitar pensar em desejos que não podem ser satisfeitos.

Nos últimos dias as noites tornaram-se longas, os dias lentos, e o mar revolto.

Sinto a solidão em toda a sua plenitude. Estar só é caminhar em silêncio, é ter a mente vazia, a alma leve, a cama fria.

O sonho acabou!

Titãs

Você apareceu do nada
E você mexeu demais comigo
Não quero ser só mais um amigo
Você nunca me viu sozinho
E você nunca me ouviu chorar
Não dá pra imaginar quanto
É cedo ou tarde demais
Pra dizer adeus
Pra dizer jamais
É cedo ou tarde demais
Pra dizer adeus
Pra dizer jamais
Às vezes fico assim pensando
Essa distância é tão ruim
Por que você não vem pra mim
Eu já fiquei tão mal sozinho
Eu já tentei eu quis chamar
Não dá pra imaginar quanto
É cedo ou tarde demais
Pra dizer adeus
Pra dizer jamais
É cedo ou tarde demais
Pra dizer adeus
Pra dizer jamais
Eu já fiquei tão mal sozinho
Eu já tentei eu quis
Não dá pra imaginar o quanto
É cedo ou tarde demais
Pra dizer adeus
Pra dizer jamais
É cedo ou tarde demais
Pra dizer adeus
Pra dizer jamais
É cedo ou tarde demais

10.2.06

Enigma

Amor da juventude,
Lábios que beijei
Odores de rosa...
Marcas que deixei
Adeus na despedida...
Eu que tanto amei,
Fico na certeza
Rindo ou chorando
Entre tantas lembranças
De que continuo te amando.


Recife 10 de fevereiro de 2006.

6.2.06

Coisas de malungo

Ando pensando muito sobre o que é a vida, penso em como complicamos tudo, em como deixamos de viver por nos envolvermos em situações fadadas ao insucesso. Penso que a vida urbana é um convite ao conflito, se não vejamos, um pescador que sai todos os dias pro mar e depois volta para sua casa vive com basicamente duas preocupações: pescar e voltar pra casa. Os problemas que advêm destas atividades são todos resolvidos diretamente por ele, e não sobra tempo para ficar inventando problemas em sua mente.
Já o homem urbano tem que viver num mundo muito mais complexo e com tantas preocupações que superam sua capacidade de realização afinal é preciso viver com a internet, televisão, noticiários, shopping center, trânsito, moda (essa é a pior pois faz com que nossa velha calça, aquela bem gostosa, fique guardada no armário pois ficou brega) e tudo o mais que lhe rouba a atenção e o pior é que o tempo, que é o mesmo para o nosso amigo pescador, fica escasso para realizar todas as atividades que fazem parte de sua rotina de homem da metrópole.
Por isso sonho com uma casa na colina em Olinda, com vista pro mar, um jardim e uma vida simples. Eu quero mesmo é sossego.

3.2.06

Bolo de mel uma Rosa vermelha e Prosseco.

Eu nasci no dia um de Fevereiro de 1963, mas até hoje ainda não me habituei a comemorar esta data, por muitos motivos, primeiro porque cresci numa família que nunca comemorou nenhuma data festiva, segundo porque depois que fiquei adulto assumi a postura de dizer que não gostava de comemorações. O tempo passou e no fim passei a acreditar que as comemorações são constrangedoras...

Durante o tempo em que fui empresário sempre informei aos funcionários que não seria bem aceito qualquer tipo de comemoração em minha homenagem, assim construí uma imagem de uma pessoa avessa a esse tipo de festividade.

Ultimamente desenvolvi um novo hábito, passar o ano novo dormindo, só no dia seguinte vejo as reportagens sobre o Reveillon. Natal é a mesma coisa, no fim chego à conclusão que me tornei um chato, alguém que não se empolga em festas, seja qual for o motivo da festa, só me recordo de comemorar os títulos de futebol do Náutico e da seleção brasileira, nem carnaval eu brinco mais.

Mas este ano aconteceu algo surpreendente que mudou minha perspectiva sobre comemorações e festas, meu aniversário começou com um emocionante telefonema no primeiro minuto do dia, fui acordado com uma voz suave e melodiosa que me desejava um feliz aniversário, algo aconteceu naquele instante, foi como se uma represa que durante muitos anos conteve rios de emoções fosse finalmente rompida. O transcorrer do dia foi de mensagens de carinho e felicitações, todas recebidas com muita alegria, todas falando fundo na alma, todas fazendo tremer o coração.

No dia seguinte, quando eu já sentia saudades do dia anterior, chega pelo correio uma caixa endereçada a mim. Foi impossível disfarçar a emoção, senti-me como uma criança que é surpreendida com um presente. Fiquei entusiasmado e ansioso para abrir e ver o seu conteúdo, mas contive a emoção e guardei o momento para quando estivesse na privacidade do meu quarto.

Dentro da caixa maior havia uma menor, preta e ornada com barbantes rústicos que lhe servia de amarração, preso a caixa havia um cartão sem remetente, nele estava escrito, "Não houve forma de fazer chegar na data. Ainda assim, PARABÉNS!!!", eu já sabia quem era a pessoa por trás da surpresa...

Sentei-me na cadeira do quarto e coloquei a caixa na cama, aguardei um tempo para saborear a expectativa do que poderia conter naquela grata surpresa, então lentamente desfiz os laços e abri a tampa. Dentro estavam elegantemente acomodados uma garrafa de espumante italiano, uma rosa vermelha colombiana e um bolo de mel de Fred Frank (muito legal a coincidência no nome).

Nunca algo me fez tão feliz, em cada elemento cuidadosamente escolhido naquela composição havia um sentimento enorme de carinho, atenção, amor, fui atingindo com tamanha demonstração de afeto, com tanto esmero na simbologia de cada elemento: o prosseco simbolizando a comemoração tocando nas emoções, o bolo a festa saciando os desejos do corpo, a rosa o amor, ícone maior de um afeto.

Tomei a bebida em uma taça de cristal, olhando pela janela do meu quarto o mar escuro naquela noite iluminado pela lua que já despontava no horizonte, cada borbulhar fazia arder em mim à chama da paixão, fui arrebatado, tomado de súbito, levado a lugares e momentos em que estivemos juntos, em que nossas bocas se calaram, nossos corpos se tocaram e fomos consumidos. A rosa foi beijada como que sendo a sua pele, na textura suave de suas pétalas e no cheiro delicado senti o seu toque. O gosto adocicado do bolo lembrou o gosto de sua boca, seu beijo tão ardente que me faz perder a noção do tempo.


Foi um dia fantástico e que me motivou a repensar certas atitudes, a enfrentar certas situações e a buscar novos dias. Tenho certeza que amanhã será sempre melhor do que foi ontem. Hoje começo a viver de olho no futuro, deixando o passado para trás, vivendo o hoje com tudo o que é possível. Vou sair da toca, sei que vai ser difícil, pode ser inclusive doloroso, mas é hora de seguir em frente rumo a um novo tempo e construir uma nova história.